terça-feira, 31 de janeiro de 2012



O Sol


Pelas frestas da janela de meu quarto os raios de sol insistem passar.
Me atormentam com a lembrança de que outro dia começou.
Tenho que levantar, acreditar, trabalhar, aceitar, engolir e vomitar.
Todos os dias, as horas se arrastam e os verbos não mudam!


Mesmo os dias nublados testemunham através da claridade o novo dia.
Não há como escapar dessa fatalidade temporal.
Presos ao cotidiano, acreditamos na liberdade e superioridade do ser humano.
Amarga ilusão que aperta o peito e elimina os sonhos mais profundos.


Será que os raios solares algum dia anunciarão dias melhores?
Então, aquecerão corações e mentes entorpecidas pela grande mentira,
a ideia fixa e cruel de felicidade individual do ser humano.


Lembremo-nos do grande poeta; é impossível ser feliz sozinho!
Essa afirmação é vista como praga pela maior parte dos mortais.
É Sol... ainda bem que sua vida é contada aos bilhões de anos.


                                                                                          André

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