terça-feira, 31 de janeiro de 2012



Dor


Quem não conhece a dor?
Companheira constante da vida, sempre a espreita.
Escondida até debaixo do cobertor.
Chega mesmo sem ser convidada e nunca faz desfeita!


A dor aparece em doses cavalares ou homeopáticas.
Na superfície do corpo, ou nas profundezas da alma.
Não faz a menor questão de ser simpática.
É sempre muito constante, nunca perde a calma.


Inevitável companheira de viagem por terras áridas ou férteis
Companheira traiçoeira nas noites de solidão.
Irrompe até mesmo as pálpebras anestesiadas e inertes.


Espreita os momentos mais felizes.
Lembra que a vida não é em cores ou preto e branco.
Forja-se à sua conveniência em novos tons e matizes.  


                                                                                       André






Conexões


Como podemos compreender os nexos de um mundo sem nexo?
A resposta é rápida e simples: "Conhece-te a ti mesmo".
Os gregos tinham reposta para tudo, alguns detalhes deixaram de lado.
O tempo que leva para realizar esse simples ato de autoconhecimento!


Eu sou o que sou? 
Eu sou o que dizem que sou?
Eu sou a soma dessas duas coisas? Eu sou o quê mesmo?
Talvez sou hoje assim e amanhã assado?


A impossibilidade de conhecer quem somos revela-se nas conexões.
Simplesmente porque não somos; estamos.
Apenas uma confusão linguística atrasa em séculos a humanidade.


A essência humana simplesmente não existe.
O que existe é a inútil busca por ela.
A busca é pelas conexões que permitem o estar! 


                                                                     André   


 




O Sol


Pelas frestas da janela de meu quarto os raios de sol insistem passar.
Me atormentam com a lembrança de que outro dia começou.
Tenho que levantar, acreditar, trabalhar, aceitar, engolir e vomitar.
Todos os dias, as horas se arrastam e os verbos não mudam!


Mesmo os dias nublados testemunham através da claridade o novo dia.
Não há como escapar dessa fatalidade temporal.
Presos ao cotidiano, acreditamos na liberdade e superioridade do ser humano.
Amarga ilusão que aperta o peito e elimina os sonhos mais profundos.


Será que os raios solares algum dia anunciarão dias melhores?
Então, aquecerão corações e mentes entorpecidas pela grande mentira,
a ideia fixa e cruel de felicidade individual do ser humano.


Lembremo-nos do grande poeta; é impossível ser feliz sozinho!
Essa afirmação é vista como praga pela maior parte dos mortais.
É Sol... ainda bem que sua vida é contada aos bilhões de anos.


                                                                                          André

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Virada psicologizante!

Esse blog de fato perdeu seu caráter inicial que era a divulgação de temas relacionados às ciências sociais. Deu lugar a um enorme conjunto de lamentações sobre a minha vida!
Não tenho a menor ideia das pessoas que acessam esse espaço. 
Esses "poemas" se é que posso chamar assim são sentimentos extraídos de minha alma e não devem interessar à ninguém a não ser a mim mesmo são as  minhas mazelas pessoais. Mesmo assim vou continuar a escrever nesse espaço por minha necessidade de desabafar.
Peço desculpas aqueles que entram nessa página e se deparam com tamanha bobagem, mas isso é a minha vida fazer o quê?

Seguir em frente!




Luz dos Olhos

Esmeraldas em forma de olhos me vigiam
Os raios de sol não tem tanta força quanto um simples sorriso teu.
Sua boca convida ao beijo.
Seus olhos convidam ao amor; verdadeiro amor?

Espero, respiro, uma palavra quer pular de minha boca...
Engulo, reflito e espero o dia amanhecer.
A felicidade inunda meu coração de uma forma única
As feridas dos amores vividos ainda estão abertas.

Cicatrizes, feridas e dor, mas também a coragem de entregar-me por inteiro
Saltar do precipício sem sequer medir a altura, nem mesmo hesitar
Peito nu ao vento em queda livre, com os olhos abertos.

Sem medo de encontrar a felicidade, mesmo que ela não apareça.
A vida de verdade sangra, arranha as entranhas estranhas de meu coração.
Mesmo assim, sigo em frente em busca de um amor de verdade.

                                                                                       André



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012



Tempo de refazer


Há tempos de recolhimento
Há tempos de apreensão
Há tempos de grande e profunda desilusão
Há tempos de olhar para si e comprometer-se


Há tempos que preciso de um abraço
Há tempos que o que mais quero é somente uma palavra
Há tempos que quero fugir não sei de que, nem pra onde.
Há tempos que preciso de um abraço


Há tempos não me encontrava em meus pensamentos
Há tempos não sentia-me tão perto e desperto
Há tempos não olhava no fundo dos meus próprios olhos


Há tempos para pensar
Há tempos para chorar
Há tempos para refazer-se


                                                                   André

terça-feira, 10 de janeiro de 2012





O Retorno


A vida cotidiana volta ao normal; o que há de normal nisso?
Penso que a vida poderia ser menos normal.
Penso que eu poderia ser menos normal.
Quero pensar menos normal!


O retorno ao cotidiano remete ao passado e as questões imediatas
Pagar para comer, pagar para nascer, pagar para morrer
As mais belas coisas do mundo não podem ser pagas
Pagar com quê?


Amor, amizades, respeito, companheirismo, solidão, saudade...
Olhos fechados para ver o mundo e sentir a brisa em seu rosto.
Qual é o preço de tudo isso?


Quanto vale um sorriso verdadeiro?
Quanto vale uma música oferecida?
Quanto vale uma despedida?


                                                                                      André