quinta-feira, 27 de setembro de 2007

O que são Instituições Sociais
"Quando se observa qualquer grupo social estável e de existência duradoura - seja a família, seja a Igreja, a escola ou uma empre-sa -, verifica-se que eles subsistem graças à existência de regras e procedimentos padro-nizados, cujo objetivo fundamental é manter a coesão interna do grupo e satisfazer certas ne-cessidades da sociedade da qual ele faz parte,
As estruturas sociais estáveis (ou formas de organização) baseadas em regras e procedi-mentos padronizados, socialmente reconheci-dos, aceitos, sancionados e seguidos pela so-ciedade são denominadas instituições sociais.
Assim, instituição é toda forma ou estrutura social instituída, constituída, sedimentada na so-ciedade. São os modos de pensar, de sentir e de agir que a pessoa, ao nascer, já encontra es-tabelecidos e cuja mudança se faz lentamente, muitas vezes com dificuldades. As instituições são formadas para atender a necessidades so-ciais de uma sociedade. Elas servem também de instrumento de regulação e controle das atividades dos membros dessa sociedade.
No estudo das instituições sociais, dois as-pectos devem ser levados em conta: as dife-renças entre grupo e instituição e a interde-pendência entre as instituições.
Grupo social e instituição social
Apesar de dependerem um do outro, grupo e instituição são duas realidades distintas.
Os grupos sociais são reuniões de indivíduos com objetivos comuns, envolvidos num pro-cesso de interação mais ou menos contínuo. Já as instituições sociais se referem a regras e pro-cedimentos que se aplicam a diversos grupos.
Por exemplo: o pai, a mãe e os filhos formam um grupo primário; as regras e os procedimen-tos que regulamentam essa relação fazem par-te da instituição familiar. Isso significa que as mesmas regras e normas de conduta de uma família valem para todas as famílias de uma de-terminada sociedade, já que elas assumem um caráter institucional.
Outro exemplo. Os membros de uma em-presa constituem um grupo social formado por acionistas, administradores, prestadores de ser-viços e empregados. As relações entre essas pessoas são reguladas por leis, regras e pa-drões que objetivam fazer a empresa funcionar e dar lucro aos proprietários. Essas normas caracterizam a instituição económica, pois seus preceitos são igualmente aplicados em todas as empresas.
Interdependência entre as instituições
Vamos começar com um exemplo. A escravidão era uma instituição que existiu no Brasil até 1888. Com a libertação dos escravos, as instituições econômicas do país sofreram pro-fundas transformações: deixou de haver traba-lho escravo e os trabalhadores passaram a re-ceber salário. Como resultado, as instituições familiar, religiosa e educacional foram igual-mente afetadas por essa mudança institucional e tiveram de reorganizar seu sistema de síaíus, seus padrões de comportamento e suas nor-mas jurídicas em relação aos ex-escravos.
O exemplo mostra que uma instituição não existe isolada das outras. Há entre elas uma re-lação de interdependência, de tal forma que qualquer alteração em determinada instituição pode acarretar mudanças maiores ou menores nas outras.
Principais tipos de instituição
As principais instituições sociais são: a família, o Estado, as instituições educacionais, a Igreja e as instituições económicas.
A família
Embora as normas sociais institucionaliza-das determinem as regras de funcionamento
da instituição familiar, cada família tem ainda suas próprias normas de comportamento e con-trole. Em cada grupo familiar, seus integrantes se reconhecem biológica e culturalmente, porque cada família tem uma cultura particular. Grupo primário de forte influência na formação do indivíduo, a família é o primeiro corpo social no qual os indivíduos convivem.
É um tipo de agrupamento social cuja es-trutura varia em alguns aspectos no tempo e no espaço. Essa variação pode se referir ao nú-mero e à forma do casamento, ao tipo de fa-mília e aos papéis familiares.
Número de casamentos
Quanto ao número de casamentos, a fa-mília pode ser monogâmica ou poligâmica.
  • A família monogâmica é aquela em que ca-da marido e cada mulher tem apenas um cônjuge, quer essa relação seja estabelecida por uma aliança indissolúvel (até à morte), quer se admita o divórcio (como é o caso da nossa so-ciedade). A lei brasileira permite um novo casa-mento após o término do casamento anterior.
  • A família poligâmica é aquela em que cada esposo pode ter dois ou mais cônjuges. Ao casamento de uma mulher com dois ou mais ho-mens dá-se o nome de poliandria. Esse tipo de família existe, por exemplo, entre as tribos do Tibete e entre os esquimós. O casamento de um homem com várias mulheres chama-se poliginia. Essa prática pode ser encontrada entre certas tribos africanas, entre os mórmons e en-tre os povos que seguem a religião muçulmana.
Formas de casamento
Quanto às formas de casamento, temos a endogamia e a exogamia.
  • Endogamia quer dizer casamento permitido apenas dentro do mesmo grupo, da mesma tri-bo. Era uma forma de casamento muito comum nas sociedades primitivas, sendo encontrado ainda hoje no sistema de castas da Índia e em algumas famílias no Nordeste brasileiro.
  • Exogamia trata-se da união com alguém de fora do grupo, entre as pessoas de religião, raça ou classe social diferentes."
Pérsio Santos de Oliveira

2 comentários:

helô disse...

eu gostaria de uma conclusão introdução e bibliografia do assunto interdependencia entre as instituiçõs sociais

André Olobardi disse...

Oi Helô!

Esse texto é de um livro introdutório da sociologia que saiu em com o título de Série Brasil - Sociologia. Hoje 4 anos depois eu me pergunto o que estava pensando quando postei esse texto!
Vou dar um jeito nele, criando um outro texto fazendo a crítica desse material e aí sim vai melhorar!
Abraço